quinta-feira, 21 de junho de 2012

Coral Triangle Initiative, Timor-Leste

    O Coral Triangle Initiative (CTI - inglês para Iniciativa do Triângulo dos Corais) é um acordo entre seis países - Malásia, Indonésia, Timor-Leste, Ilhas Salomão, Filipinas e Papua Nova Guiné. Com uma área total de 6.8 milhões de quilómetros quadrados e com diversidade marinha singular, a iniciativa propõe o desenvolvimento costeiro dos países membros em duas principais linhas: conservação e desenvolvimento sustentável.

    Medidas conservacionistas envolvem gestão de espécies ameaçadas e implementação de uma rede de áreas de protecção ambiental conectadas. Já as metas de desenvolvimento sustentável compreendem, entre diversos aspectos, adoção de políticas especificas para mudanças climáticas, desenvolvimento da indústria pesqueira e segurança alimentar.

   O Timor-Leste, sendo um país membro da iniciativa, será "beneficiado". Contudo, vale lembrar que é país que atingiu "oficialmente" a independência à 10 anos e que é uma nação em fase de desenvolvimento estrutural e administrativo. Os problemas são muitos e afetam diretamente diversos setores, inclusive o costeiro. Com desmatamento dos manguezais, turismo desordenado e baixo controle da industria pesqueira, os recursos naturais do país passam por um processo de muita cautela.

    Mesmo sabendo que 75% da população é baseada na agricultura de semi-subsistência, os recursos marinhos/costeiros são fundamentais para as comunidades que vivem nesta região. A proteína provinda do pescado e do frango, aliada ao cultivo de mandioca e frutas tropicais é a base alimentar de quase metade da população. Além dessas fontes de proteína, a carne de porco e de búfalo também pertencem à dieta Timorense, apesar de serem considerados alimentos para ocasiões festivas. Tal dependência de recursos naturais e dificuldade de acesso a produtos importados (pela grande população), é necessário um manejo adequado dos recursos naturais costeiros com políticas sustentáveis.

    Embora muitos planos de ação e políticas vem sendo elaborados, nota-se dificuldade em aplica-los. Dificuldades envolvem ausência de mão-de-obra local capacitada, sistema administrativo confuso (no que se refere à definição de mandatos), falta de investimento financeiro, além de baixo interesse governamental. O CTI é visto como uma possibilidade para o desenvolvimento e estruturamento do sector, devido também ao investimento de capital exterior e capacitação da mão-de-obra local.

    Porém, outra questão surge quando verifica-se as dimensões do CTI (6 países sendo 5 entre os 100 menos desenvolvidos - IDH 2011), as metas desejadas e a capacidade de concretiza-las. São metas ambiciosas. que envolvem diversas esferas sociais - desde a comunidade de pescador até os fazedores de política - e em diferentes setores (ambiental, turístico, alimentício). Além disto, vale compreender que países possuem problemas diferentes assim como a formasse confronta-los, além do fator cultural que é pouco considerado. Políticas panaceias, podem refletir em resultados não desejados, liderando a descredibilidade de instituições envolvidas e mal uso do recurso financeiro.

Para acessar a proposta do CTI e seus planos de ação, clique aqui.

Num próximo post, assuntos envolvendo esta temática serão discutidos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário